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Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas - Joana Craveiro / Teatro do Vestido

3 — 4 maio 18h30
Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas
Teatro do Vestido

€12 — €10 descontos TAGV
jantar revolucionário incluído no preço do bilhete

Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas é o resultado de uma pesquisa que decorre há mais de 10 anos. Estreado originalmente em 2014, no ano que assinalava os 40 anos do 25 de Abril, o espetáculo ajudou a pensar a memória e a transmissão da ditadura e da revolução portuguesas naquele momento crucial da história portuguesa contemporânea (crise financeira e intervenção da Troika em Portugal). Contudo, a influência e espectro deste trabalho não se esgotou nem no momento memorial do ano de 2014, nem ser confinou a ser um espetáculo protesto pelo difícil momento político que o país atravessava. Afirmando-se como uma das mais importantes obras do teatro contemporâneo português, o espectáculo ganhou o prémio do Público do Festival de Teatro de Almada no ano seguinte ao da sua estreia, tendo sido apresentado em Santiago de Compostela, Londres e Paris em 2016, e continuando a estar em digressão até hoje. Momento de teatro tornado acontecimento, pelo seu fôlego, duração, e monumentalidade dos 80 anos de história atravessados, Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas é o espetáculo indicado e necessário de levar à cena nesta época memorial em que se assinalam 50 anos sobre o 25 de Abril de 1974.

Joana Craveiro é encenadora, atriz, dramaturga, antropóloga. Co-fundadora e diretora artística doTeatro do Vestido, onde dirigiu e escreveu mais de 30 criações. Doutorada pela Roehampton University, no departamento de teatro e estudos performativos, com a tese espectáculo Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas (prémio do público do Festival de Teatro de Almada 2015/ Nomeado para melhor espetáculo SPA/2015). Aprofundou os seus processos colaborativos com os Goat Island e os Every House has a Door, na School of the Art Institute of Chicago. Aprendeu sobre o devising – que já fazia, mas a que não dava esse nome – com Alexander Kelly, dos Third Angel, no Programa Gulbenkian deCriatividade e Criação Artística. Foi também aí que consolidou o seu trabalho autobiográfico. A relação entre os acontecimentos históricos e as suas representações no presente, bem como a recolha de memórias e histórias de vidas, e as cartografias poéticas e afetivas das cidades são algumas das questões a partir dasquais tem trabalhado e investigado. Aprendeu ainda sobre história oral com mestres como Alessandro Portelli, Martha Norkunas, Paula Godinho, Miguel Cardina. Em 2019, Joana Craveiro foi nomeada por Elas também estiveram lá, para o Prémio SPA/ Melhor Texto Português Representado. Editou em 2019 Margem, texto que escreveu para o espetáculo homónimo de Victor Hugo Pontes (Prémio SPA/ Melhor Coreografia, 2018). Viajantes Solitários foi apresentado sob forma de leitura encenada no Festival d’ Avignon, em 2018. Em 2019, ainda, encenou Retornos, Exílios e Alguns que Ficaram com atores franceses no Panta Thêatre, em Caen, inserido em Écrire et Mettre en Scène: le Théâtre Portugais.

O Teatro do Vestido é um coletivo teatral fundado em 2001 e cuja primeira peça, Tua, se estreou na Galeria Zé dos Bois. Tem na sua génese a escrita de textos dramáticos originais, a procura de espaços de apresentação alternativos, a observação da realidade, a investigação etnográfica e a história oral, como principais metodologias de trabalho. A companhia procura constantemente novas formas de fazer um teatro autobiográfico, político, engajado e poético, através de processos colaborativos, com direção artística de Joana Craveiro. As dimensões ética, social e pedagógica são constituintes da companhia desde a sua formação em 2001, e têm tido expressão nos múltiplos projetos desenvolvidos ao longo dos seus 23 anos de atividade. A companhia trabalha desde sempre a temática da memória e a sua relação com a sociedade e com a vida de cada um, fazendo do seu teatro um misto de autobiografia e profunda reflexão sobre a realidade envolvente. A companhia tem vindo a tentar re-significar a prática de um teatro político e documental hoje. A poética das cidades, dos espaços devolutos, dos espaços de passagem e em transformação; a observação atenta e engajada do quotidiano; o trabalho de campo, a recolha de memórias e histórias de vida; a memória histórica, e a criação de comunidades várias, à passagem da companhia – todos estes aspetos são a marca metodológica e artística do trabalho do Teatro do Vestido. Reconhecendo-o, a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro descreveu em 2012 o Teatro do Vestido como tendo, “uma atividade aberta a todas as formas de arte, atenta a todos os cidadãos e curiosa de tudo o que se passa no mundo em que as pessoas vivem”.

Investigação, texto, direção e interpretação Joana Craveiro
Colaboração criativa e assistência Rosinda Costa e Tânia Guerreiro
Assistência de encenação Henrique Antunes
Figurinos Ainhoa Vidal
Desenho de luz João Cachulo
Direção técnica e operação de luz Cristóvão Cunha
Operação de som Igor de Brito
Produção Alaíde Costa
Coprodução Teatro do Vestido, Negócio/ZDB, São Luiz Teatro Municipal
Apoio Citemor – Festival de Montemor-o-Velho, Festival Alkantara
O Teatro do Vestido é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes
Fotografia Estelle Valente

TAGV
duração aprox. 6h00 (com jantar revolucionário)
M12

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