Coimbra: Em novembro todos os caminhos vão dar ao Teatrão
November 5, 2020
COIMBRAEXPLORE
O Teatrão apresentou a sua programação para o mês de novembro e anuncia que já está a ensaiar uma nova produção em torno da descoberta do universo de Ilse Losa com "A Menina Andarilha", a refugiada que palmilha o mundo e que chega ao palco já na primavera.
Para já, as geografias serão variadas, entre o Médio-Oriente proposto pela última criação de Graeme Pulleyn para a Nicho e a Antártida do pinguim Simão que irão levar à Arregaça.
Como queremos que fique a par de tudo deixamos o resumo do que poderá ver na Oficina Municipal de Teatro durante o mês de novembro:
VIAGEM AO IRAQUE – OFICINA 5 de novembro | 18h30 | para jovens a partir dos 14 anos Criação e interpretação Emanuel Santos e Gabriel Gomes Inscrição: 10 euros Numa viagem ficcionada partimos de Portugal com destino ao Iraque. Pelo caminho vamos recebendo notícias que nos alertam sobre as problemáticas que dificultam o caminho. É nestes momentos que os alunos são convidados a intervir de forma ativa, e assumem o papel de decisores. Tendo como base a peça Os Guardas do Museu de Bagdad de José Peixoto, são levantadas questões que nos permitem pensar sobre a importância das obras de arte e arqueologia, o valor da vida humana, a crise dos refugiados e imaginamos coletivamente a vivência dos nossos corpos num cenário de guerra.
OS GUARDAS DO MUSEU DE BAGDAD Graeme Pulleyn/Nicho AC 7 de novembro |sábado| 21h30 Oficina Municipal do Teatro Bilhetes: 4 euros (grupos com mais de 10 pessoas); 5 euros (estudante, M65); 7 euros (protocolos) 10 euros (normal) Lotação limitada: 40 pessoas Os Guardas do Museu de Bagdad é um texto teatral de José Peixoto que retrata os últimos momentos antes do saque do Museu Nacional do Iraque em Bagdad, durante a guerra de 2003. O conservador do museu e um guarda esperam a inevitável entrada das tropas que irão saquear e destruir inúmeras peças de arte, insubstituíveis obras do património iraquiano e mundial. Este espetáculo-percurso gira à volta de grandes questões sobre a relação do ser humano com a Arte: será a Arte um luxo, ou uma necessidade básica? Até que ponto é que o homem, ou a mulher se devem sacrificar, (a si próprios e aos seus) em nome da arte e do património? Qual é o papel da Arte em situações de guerra ou em momentos extremos da nossa vida coletiva? Graeme Pulleyn coordena artisticamente este projeto que nos chega de Viseu em forma de espetáculo e de Oficina.
THE TWIST CONNECTION 14 de novembro | 18h e 22h Oficina Municipal do Teatro Preço único do bilhete: 7 euros Bilhetes à venda na Bol e lojas parceiras Jazz ao Centro Is that real?, o novo disco dos The Twist Connection pergunta pela realidade em tempos que parecem ficção. Apanhado pela pandemia, o novo projeto da banda de Coimbra, faz finalmente a sua apresentação em casa, numa co-produção entre o Salão Brazil e o Teatrão. Tanto nos discos editados até este momento (singles e álbuns) como nos concertos ao vivo (em Portugal e no estrangeiro), os The Twist Connection destacam-se dos demais por algo tão simples e importante como: a honestidade da sua música e uma fé inabalável no poder do rock’n’roll. Os The Twist Connection são compostos por Carlos “Kaló” Mendes (bateria e voz), Samuel Silva (guitarra) e Sérgio Cardoso (baixo).
SIMÃO NA ANTÁRTIDA, DE BEATRIZ MELO Leitura Encenada Clube de Ténis de Coimbra DE PORTAS ABERTAS – Arregaça Entrada Livre, sujeita a reserva Continuamos a programação DE PORTAS ABERTAS na Arregaça, desta vez na casa emprestada do Clube de Ténis, em absoluta segurança, para uma leitura para a infância. Escolhemos um texto que nos confronta com os que são diferentes de nós e de como pode ser fantástica a descoberta dessa diferença. Octávio, Madalena e Orlando são três pinguins que decidem ir conhecer a Antártida. Durante esta aventura encontram Simão, um pinguim solitário que os três não reconhecem como igual, ou não tivesse ele uma popa amarela. Provas e concursos para ver quem pesca ou nada ou desliza melhor no gelo não resolvem a questão e só quando vivem o perigo de enfrentar Cristiana, a Foca Leopardo que precisa de provar às irmãs que é feroz, é que as coisas se compõem.
RUMO AOS CÉUS de Odon Van Orvath Curso de Teatro e Educação da ESEC em coprodução com o Teatrão Encenação de Ricardo Correia 20 a 29 de novembro | Segunda a Sábado 21h30 | Domingo 17h Sessão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa: 28 de novembro Bilhetes: 4 euros (geral); 1 euro (funcionários e alunos ESEC) Rumo aos Céus faz parte do ciclo das últimas obras do autor alemão, menos ancoradas no presente, tomando antes a forma de parábolas, já que a realidade do nazismo e a sua condição de exilado endurecem as condições da sua escrita. Orvath descreve-nos a trajetória de Luísa, uma jovem que sonha tornar-se uma cantora lírica célebre e que, para isso, assina um pacto com o Diabo. Conhecendo a glória prefere, no entanto, recuperar a alma, mesmo que para isso tenha de perder a voz, encontrando a felicidade numa vida modesta ao lado do assistente de encenação que, depois de despedido, se torna empregado de café. O autor descreve com ironia os estereótipos associados ao Céu e ao Inferno, numa analogia clara à superficialidade e alienação sentida na Terra. Dirigido por Ricardo Correia, este é o projeto de Estágio que encerra o trabalho de formação dos alunos de terceiro ano da licenciatura de Teatro e Educação da ESEC que, cancelados pela pandemia, mostram agora o seu trabalho.
São estes os principais destaques que o Teatrão reservou para este mês, num clima pautado pela incerteza, mas com o claro objectivo de receber bem e em segurança. Vamos apoiar a cultura, a cultura é segura!