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A Trincheira Teatro apresenta "À Flor da Pele" no Teatrão

Foto: Carlos Gomes

A Trincheira Teatro, em coprodução com o Teatrão, estreia no próximo dia 1 de dezembro, na Oficina Municipal do Teatro, em Coimbra, a sua mais recente produção: À Flor da Pele, da consagrada dramaturga brasileira Consuelo de Castro (1946-2016). Trata-se da 12ª produção própria desta companhia, gerada na Plataforma T2, incubadora artística desenhada pelo Teatrão em 2014/2015 para “acelerar” a criação de novas estruturas profissionais na cidade de Coimbra e que prepara, para breve, uma nova edição. A colaboração entre as duas estruturas tem-se realizado no acolhimento de vários projetos da Trincheira na OMT e na participação no Projeto Rede Artéria com o espetáculo “Sofia, Meu Amor”, em 2019.



A peça, escrita em São Paulo no ano quente de 1969, altura em que a ditadura militar brasileira caminhava a passos largos para a sua versão mais feroz, espelha, na degradação da relação amorosa entre Verónica e Marcelo, as circunstâncias externas do seu tempo: a guerra, a crise, e a perda de horizontes contaminam a vida dos dois amantes e balizam o estilhaçar de um sonho com uma outra vida, outro mundo.


Desencantados com o mundo que os rodeia, Verónica e Marcelo chocam entre si no modo de transformá-lo. Marcelo é um guionista medíocre de 43 anos, para quem o mundo como está ainda pode ser reparado; Verónica, com 21 anos, é uma atriz de alma rebelde, para quem este mundo tem de ser arrasado e construído de novo. De golpe fraturante em golpe fraturante, o horizonte revolucionário do amor dá lugar a uma vertigem alucinante; neste embate entre professor e aluna, fragmentam-se as ideias, a intimidade, e, com elas, qualquer possibilidade de gerar vida ou futuro.


Em cena estarão os atores Beatriz Teixeira e Pedro Lamas, nesta que é a estreia absoluta deste texto em território português.


Paralelamente ao processo de criação espetáculo, decorre, desde setembro, no Centro Cultural Penedo da Saudade do Instituto Politécnico de Coimbra, um ciclo de leituras dedicado aos autores paulistas deste período, a chamada “geração de 69”: uma vez por mês, atores de diferentes gerações de teatro da cidade de Coimbra são chamados a ler peças-síntese deste movimento. As próximas duas peças a serem lidas serão Fala Baixo Senão Eu Grito, de Leilah Assumpção, e As Moças, de Isabel Câmara, a 22 de novembro e 13 de dezembro, respetivamente.

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