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XXX Edição do Caminhos do Cinema Português abre com Homenagem a Luís Miguel Cintra

Um ciclo de cinema coprogramado pelo artista e a entrega do Prémio Ethos na Cerimónia de Abertura, a 16 de novembro, sábado, às 18h00, no Teatro da Cerca de São Bernardo 

 Os XXX Caminhos do Cinema Português acontecem de 16 a 23 de novembro em Coimbra, abrindo espaço para celebrar, em particular, o cinema nacional, desde as mais reconhecidas (e premiadas) às novas vozes cinematográficas.  

 

Nesta edição homenageia-se uma das figuras mais marcantes da cultura portuguesa: Luís Miguel Cintra, a quem será entregue o Prémio Ethos 2024. Este reconhecimento, concedido a cada cinco edições do festival, destina-se a personalidades que abriram novos caminhos cinematográficos e criaram novos valores e oportunidades no panorama do cinema nacional.  

 

Na Cerimónia de Abertura, a ter lugar a 16 de novembro, sábado, às 18h00, no Teatro da Cerca de São Bernardo, o ator será homenageado com uma performance do Koletivo K, culminando a cerimónia com a entrega do Prémio Ethos por Isabel Ruth (galardoada em 2019). 

Luís Miguel Cintra (Madrid, 29 de abril de 1949) é um dos maiores nomes do teatro português e uma presença marcante no cinema nacional desde a década de 1970. Começou o seu percurso teatral em 1968, no Grupo de Teatro de Letras da Universidade de Lisboa, e em 1970 obteve uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar na Bristol Old Vic Theatre School, no Reino Unido. Em 1973, regressou a Portugal e fundou o Teatro da Cornucópia, com Jorge Silva Melo, onde, por mais de 40 anos, encenou e interpretou obras de autores clássicos e contemporâneos como Tchekhov, Goethe, Molière, Gil Vicente, Beckett e Shakespeare.  

No cinema, estreou-se em «Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço» (1971), de João César Monteiro. Foi um colaborador constante de Manoel de Oliveira. Trabalhou com realizadores como Paulo Rocha, Joaquim Pinto, Nuno Leonel,, Maria de Medeiros, Teresa Villaverde e Pedro Costa, entre outros. 

 

 

Programação do Ciclo Ethos  

 

De 12 a 17 de novembro, antecipando o início do Festival, o Ciclo Ethos apresentará filmes selecionados com apoio curatorial do próprio Luís Miguel Cintra, entre ficção e documentários. Cada sessão do ciclo destaca um momento singular de sua trajetória, evidenciando a sua importância e influência duradoura no teatro e no cinema portugueses. 

 

A programação inicia no dia 12 de novembro, às 18h30, na Casa do Cinema de Coimbra, com a exibição de «Fim de Citação», de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, uma peça filmada que traz Luís Miguel Cintra no papel principal. Esta obra documenta o espetáculo homónimo criado por Cintra em 2010 para a companhia Cornucópia, capturando a intensidade do teatro através das lentes do cinema, numa experiência que explora a relação entre a efemeridade teatral e a permanência cinematográfica. 

 

No dia seguinte, 13 de novembro, também às 18h30 na Casa do Cinema de Coimbra, será exibido «Ilusão», um documentário de Sofia Marques que acompanha a encenação de um espetáculo de Federico García Lorca, onde Cintra dirige um elenco formado por amadores e estudantes de teatro. Esta obra revela o processo de criação do ator e diretor, destacando sua habilidade em acolher e guiar novos talentos no palco. 

 

No dia 14, o ciclo apresenta a grande referência cinematográfica «Recordações da Casa Amarela« (1989), de João César Monteiro, onde Luís Miguel Cintra interpreta um personagem excêntrico, num retrato lírico e sarcástico da cidade de Lisboa. A narrativa, carregada de humor e melancolia, representa um marco inconfundível do cinema português, num filme onde, segundo Luís Miguel Cintra, o realizador mostra “variantes do próprio louco que inventou” O ator regressa nesta obra à personagem de Lívio, que interpretara 18 anos, naquele que foi o seu primeiro filme «Quem Espera Por Sapatos de Defunto Morre Descalço» (1971), de João César Monteiro

 

Momento de conversa com Luís Miguel Cintra 

 

No dia 15, às 18h30 no Teatro da Cerca de São Bernardo, o público poderá assistir a «Verdade ou Consequência?» (2023), documentário de Sofia Marques que propõe uma reflexão intimista sobre a vida e as motivações artísticas de Luís Miguel Cintra. Ao final da sessão, uma conversa com o ator e a realizadora, moderada por João R. Pais, permitirá ao público explorar em profundidade o tema central do filme e a carreira de Cintra. 

 

No dia seguinte à entrega do Prémio Ethos, o ciclo termina, no dia 17 de novembro, domingo, desta vez às 15h00, no Teatro da Cerca de São Bernardo, onde será apresentada a cópia restaurada de «A Ilha dos Amores» (1982), de Paulo Rocha. Inspirado na vida de Wenceslau de Moraes, o filme reflete o choque cultural entre o Ocidente e o Oriente, numa obra que captura o lirismo e a complexidade da cinematografia portuguesa. 

Terça, 12 nov. 

18:30 CCC 

Fim de Citação (Nuno Leonel e Joaquim Pinto, FIC, 89’, PRT, 2013)

Quarta, 13 nov. 

18:30 CCC 

Ilusão (Sofia Marques, Doc, 115’, PRT, 2014) 

Quinta, 14 nov. 

18:30 CCC 

Recordações da Casa Amarela (João César Monteiro, FIC, 122’, PRT, 1989)

Sexta, 15 nov. 

18:30 TCSB 

Verdade ou Consequência? (Sofia Marques, DOC, 106’, PRT, 2023)

Com a presença da realizadora e de Luís Miguel Cintra à conversa com João R. Pais 

Domingo, 17 nov. 

15:00 TCSB 

A Ilha dos Amores (Paulo Rocha, FIC, 170’, PRT/JPN, 1982) (Cópia Restaurada)

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