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Abril Dança em Coimbra. O Festival que marca o reencontro com o público

A edição de 2021 do Festival Abril Dança em Coimbra chega à cidade já no próximo dia 19 de abril e prolonga-se até 2022 face ao panorama pandémico que o país atravessa.

Organizado pela Câmara Municipal de Coimbra/Convento São Francisco (CSF) e pela Universidade de Coimbra/Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) apresenta-se este ano num formato um pouco diferente do habitual, entre o presencial e o online.

Esta segunda-feira, com a abertura das salas de espectáculo é projetado na grande tela do TAGV o filme Os Filhos de Isadora de Damien Manivel pelas 15h00. “O novo filme do francês Damien Manivel — Prémio de Melhor Realização em Locarno 2019 — deixa-se impregnar pelo espírito de Isadora Duncan (1877-1927) que, em 19 de abril de 1913, perdeu os dois filhos, de quatro e seis anos, num acidente no rio Sena. Esse drama irreparável marcaria a vida e a produção artística deste vulto precursor da dança moderna”. Já a 26 de abril há tela para Polina de Valerie Müller e Angelin Preljocaj (15h00). “Realizado por Valérie Müller e por um dos maiores coreógrafos franceses contemporâneos, Angelin Preljocaj (que trabalhou, entre outros, com Merce Cunninhgam), este filme adapta a novela gráfica de culto de Bastien Vivès para mostrar o percurso de uma bailarina russa que, do estudo da dança clássica, parte para França e reinventa-se para se tornar coreógrafa de dança contemporânea”.

Na Antiga Igreja do Convento São Francisco a 24 de abril há Zampadanças, “uma oficina que apura todos os sentidos: o tato e o olhar, o paladar, o olfato e a audição, através dos quais se aprendem ritmos, melodias e movimentos de origem europeia. Os participantes experimentam o sabor dos ritmos, aliados às sugestões de acompanhamento para cada prato. Neste baile, as danças são servidas à carta!”. A cargo da Associação PédeXumbo, a participação está limitada a 30 participantes.

De 26 a 30 de abril, e de forma online, será transmitido O Gesto de Elizabete Francisca, Francisca Manuel, Jennifer Bonn. “Uma forma livre e subjetiva de retratar a atividade profissional de nove pessoas distintas. Estes retratos baseiam-se sobretudo no gesto que emerge e nos corpos que se criam através das diferentes atividades agregadas a histórias de vida. “O Gesto” é também resultado de um evento performativo que teve lugar em outubro de 2016 em Lisboa, intitulado “À Volta da Mesa, Para um Imaginário do Gesto”, coproduzido pelo Maria Matos Teatro Municipal. Alguns intervenientes dessa performance tornam-se agora personagens de um filme”. Trata-se de uma sessão dedicada para as escolas. Informações e marcações para escolas (sessão para escolas em streaming) abrildança@gmail.com.

A nova criação de Jonas&Lander intitula-se “Bate Fado”, um espetáculo híbrido entre a dança e o concerto de música projetado para cinco bailarinos, uma fadista e três músicos. Terá transmissão online a 27 de Abril e apresentação presencial na Sala TAGV a 9 de setembro de 2021.

A 30 de abril, Catarina Miranda apresenta em estreia absoluta no TAGV a sua nova criação Cabraqimera. Peça de dança para um quarteto em patins, sobre estados de detonação. Abordando uma contemporaneidade explosiva, simultaneamente física, tecnológica e acelerada, a composição coreográfica baseia-se em dispositivos de organização espacial, relativos a desportos de velocidade, onde o uso de próteses (patins), permite aceder a fiscalidade que impliquem o risco e o acidente. A dimensão plástica do gesto, propõe a articulação de um grupo de bailarinos num ser de aparente impossibilidade, munido de humores, desejos e libido, projetando o corpo para uma alteridade extrema e abrindo o terreno para a ficção. A 2 de junho, ainda no TAGV Filipa Francisco apresenta Partilhas/Exchanges. “Um caderno com várias vozes, no caminho dos contadores de histórias, numa espiral, juntando memórias de danças tradicionais palestinianas, portuguesas, estórias de família, de uma aldeia em peso, Água das Casas”.

No grande auditório do Convento São Francisco, Victor Hugo Pontes leva a palco Drama. A criação de Victor Hugo Pontes, parte de “Seis Personagens à Procura de Um Autor” (1921), tal como “A Gaivota” de Tchékhov foi o ponto de partida para “Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a”.

A finalizar a programação deste ano (27.08 • 21.30h) a Companhia Maior apresenta O Lugar do Canto Está Vazio, que “surge do confronto das ferramentas de pesquisa e composição coreográfica de Sofia Dias e Vítor Roriz com os corpos e sensibilidades da(o)s artistas da Companhia Maior”.

Face à Covid-19 os espectáculos Barro - Terra Molhada Onde a Bota Escorrega de Mafalda Deville para a Companhia Instável e Infiniment da Europa Danse Company (BE) foram reprogramados para 2022.

Partindo de um interesse comum pela dança contemporânea, o Abril Dança em Coimbra é programado para dar conta do panorama criativo da dança nacional e internacional, além de promover atividades pedagógicas direcionadas para públicos escolares.

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