NAPEEC: A Gastronomia Europeia - Um tema que deixa água na boca
Para além de uma união política e económica, promotora de valores sociais que visam um mundo mais igualitário, mais seguro e mais estável, podemos dizer que, dentro dos limites da União Europeia, se oferece também uma vasta paleta de sabores, deliciando as papilas gustativas dos cidadãos europeus (e não só).
Desde o cozido à portuguesa ou a francesinha, em Portugal, passando pelas batatas fritas, da Bélgica, ou pelo fondue, da Suíça, há por toda a Europa um vastíssimo “catálogo” de pratos regionais e tradicionais, com alimentos típicos de cada região, que variam mediante o seu clima, a sua localização e a sua história.
Na Dinamarca, por exemplo, existe o smørrebrød, uma sanduíche aberta de pão de centeio, que pode ser recheada de maneiras diferentes: com salmão, arenque ou até com carne de porco. Este prato simples remete-nos ao século XIX, pois era uma opção de almoço apreciada por toda a população, desde agricultores e operários, até às pessoas da alta sociedade. Ultimamente, este prato tem sido reinventado: os chefs dinamarqueses criam constantemente novas combinações que vão para além do tradicional.
Os “nuestros hermanos” espanhóis são também conhecidos pelos seus pratos tradicionais, como o polvo à galega, as migas ou o seu cocido. O prato mais famoso é a Paella à Valenciana, definido como um “plato de arroz seco, con carne, pescado, marisco, legumbres, etc., característico de la región valenciana, en España.”
Como referido atrás, as admiradas-por-todo-o-mundo batatas fritas nasceram na Bélgica, mas os eurodeputados em Bruxelas não se ficam pelas batatas: na Bélgica, o típico é juntar mexilhões às batatas fritas - moulles frites. Antigamente, os mexilhões eram baratos e fáceis de encontrar a norte, bem como as batatas a sul: onde surgiu a sua variante frita. Com a junção dos dois, nasceu este prato que resulta da união entre flamengos e valões – tal como o próprio país - e que fica perfeito com outra maravilha belga: a cerveja.
Depois desta pequena viagem gastronómica pela Europa, não fiquemos com água na boca e tristes por não podermos ir passar o fim de semana à Dinamarca, para provar o smørrebrød. Com o mote A Million Food Stories, a Região de Coimbra é, em 2021, a Região Europeia de Gastronomia. Esta apresenta uma gastronomia rica, cheia de essência e de tradição, bem como uma grande diversidade de produtos endógenos que “aliados às estórias que passam de geração em geração, fazem da região de Coimbra uma região com um milhão de histórias para partilhar com quem se adentra nos seus sabores.”
Esta distinção parte do Instituto Internacional de Gastronomia, Cultura, Artes e Turismo, sediado em Barcelona, e o objetivo é a estimulação de um sistema alimentar mais saudável e sustentável, bem como o reforço da identidade e do património. Em vista tem também a criação de uma carta gastronómica regional e de rotas culturais e gastronómicas.
Da Lampantana ao Cabrito, do mel aos vinhos, do Arroz do Baixo Mondego aos Queijos e Enchidos, é possível saborear Coimbra e ainda ganhar um cabaz de produtos: desde o dia 26 de junho, está disponível para levantamento o Passaporte Gastronómico nos postos de turismo municipais da Região de Coimbra, onde se podem registar os restaurantes Seleção Gastronomia e Vinhos após a refeição. Depois de completar o passaporte, este pode ser trocado por um cabaz de produtos.
Do que está à espera para provar a Europa, para degustar Portugal, para saborear Coimbra?
Miguel Fonseca | NAPEEC