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Museu Machado de Castro celebra centenário de Nadir Afonso com exposição

Vinte e duas obras de Nadir Afonso compõem uma exposição comemorativa do centenário do nascimento do arquiteto e pintor que vai ser inaugurada na quarta-feira no Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), em Coimbra.

Intitulada “Nadir Afonso: Cidades e Lugares”, a iniciativa inclui 20 guaches e 12 telas, sendo estes alguns dos “trabalhos que mais identificam a sua obra”, disse hoje a viúva do artista e comissária da exposição, Laura Afonso, à agência Lusa.

“O Nadir entendia que a geometria e a matemática estavam muito presentes na cidade”, afirmou, recordando traços da produção do pintor (1920-2013), que nasceu em Chaves e morreu em Cascais.

Laura Afonso associou a estreia da exposição em Coimbra, onde vai estar dois meses, até 15 de março, com o facto de Nadir Afonso ter algumas ligações à cidade, pela amizade que tinha com o arquiteto Carlos de Almeida, cuja centenário também se comemora este ano.

Companheiro de Carlos de Almeida na Escola Superior de Belas Artes, no Porto, Nadir Afonso trabalhou com ele na elaboração do Plano de Urbanização de Coimbra, nos primeiros anos da década de 1960.

A diretora do MNMC, Ana Alcoforado, reiterou que as cidades “são um tema absolutamente central e o que mais caracteriza a produção artística” de Nadir, que “tinha um enorme gosto de viajar e conhecer” lugares diferentes.

“Esta é claramente a marca da vida e da obra do pintor”, sublinhou, em declarações à Lusa.

A exposição “tem a ver com o olhar do arquiteto e aquilo que ele entende como essencial” na criação artística, desde logo “o rigor e a matemática”, segundo Ana Alcoforado.

“As grandes metrópoles caracterizam a sociedade do século XXI, o homem contemporâneo é citadino e as cidades são tema presente na pintura de Nadir Afonso ao longo da sua vida artística”, realça o Museu Nacional Machado de Castro, situado na Alta de Coimbra.

Numa nota, a instituição dirigida por Ana Alcoforado refere que “as cidades de Nadir Afonso são constituídas por arquiteturas de linhas e formas que no conjunto se modelam em volumes num equilíbrio estável”.

“Os fundos brancos imperam, as linhas que compõem os edifícios surgem numa simbiose de forma e cor. As formas de cores variadas criam uma geografia aparente, plena de metamorfoses, em que a forma geométrica perfeita é desfigurada e mutilada”, acrescenta.

O MNMC, que organiza a exposição em parceria com Laura Afonso e o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, de Chaves, realça ainda que na obra deste “os traçados geométricos concentrados evocam pontes, jardins, catedrais, construções que contrastam com os horizontes e as águas, onde as formas rareiam, como que absorvidas pela imensidão dos céus ou dos oceanos e de variação cromática”.

Com entrada livre, a exposição “Nadir Afonso: Cidades e Lugares” poderá ser visitada de terça-feira a domingo, das 10:00 às 17:30, até 15 de março.

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