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Coimbra Capital Europeia da Cultura 2027: uma candidatura de todos e para todos

O Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra foi “medir o pulso” do público conimbricense sobre as práticas de participação cultural do concelho de Coimbra e apresentou os resultados no passado dia 16 de novembro, na Antiga Igreja do Convento São Francisco, em Coimbra.

O estudo foi apresentado na sessão instaladora do Conselho Municipal de Cultura (CMCC), um órgão consultivo que pretende reunir o máximo de representantes das várias entidades culturais e ainda personalidades de relevo nesta área, tendo em vista a definição de estratégias para o futuro.

Sob encomenda da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) o Inquérito às Práticas de Participação Cultural no Município de Coimbra teve como propósito responder a três  objetivos gerais:

  • Diagnosticar  hábitos e práticas culturais da população (a residentes no município com mais de 18 anos);

  • Avaliar a perceção sobre a oferta cultural da cidade e município;

  • Sondar o conhecimento e expectativa em relação à candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027; 

Com o objetivo de dar resposta aos três pilares anteriormente referenciados, o estudo, coordenado por Paulo Peixoto (CES), recorreu a um alargado conjunto de variáveis agrupadas em “5 campos principais de inquirição”:

 1 - Caracterização sociográfica dos inquiridos.

2 - Hábitos e práticas de participação cultural em geral, combinando formas clássicas de envolvimento e consumo cultural e uso da internet e meios digitais para fins culturais.

 3 - Conhecimento de estruturas, espaços e eventos culturais do município e hábitos de participação nas respetivas programações.

4 - Perceção e representação da cidade de Coimbra e da atividade cultural e artística no município.

5 - Conhecimento, opinião e expectativas sobre a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura.

 

O inquérito foi feito à população entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020 num total de 980 pessoas inquiridas. Para o efeito, foi utilizada “uma estratégia de amostragem multietápica, tomando como base de sondagem o universo das famílias residentes no município. A unidade de amostragem foi assim o agregado (família residente clássica) e a unidade de inquirição o indivíduo.” Importa referir que a “estratificação da amostra pelas freguesias” (total de 18 freguesias), “zonas e ruas foi calculada com base na informação dos Censos de 2011 relativa ao número de famílias clássicas residentes à data no município”.

Segundo o estudo, os inquiridos, predominantemente, posicionam-se na categoria mais baixa do índice Sintético de Prática Cultural, posicionando-se nos 54,5%, esta percentagem, se comparada com a média nacional, segundo o Eurobarómetro 2013, está melhor posicionada do que a maioria das cidades portuguesas.

Apesar dos valores anteriormente apresentados, um dos indicadores mais positivos e que, consequentemente, demonstra bastante confiança, reside no facto  do relatório demonstrar que os conimbricenses atribuem “muita importância” à atividade cultural da cidade. O mesmo acontece em relação ao interesse reconhecido à eventual Capital Europeia da Cultura (CEC) em Coimbra em 2027.

Neste momento, 38% dos inquiridos tem já conhecimento de que Coimbra está a preparar uma candidatura a Capital Europeia da Cultura. Desta forma,  urge a necessidade para que todos se mobilizem  e assumam um papel relevante de mediação junto do público, em articulação com o Grupo de Trabalho, o Município e naturalmente, com todas as entidades e agentes culturais da região, no sentido de fazer vingar  a candidatura.

É positivo o conhecimento e hábitos de frequência de equipamentos culturais da cidade. Para além do incontornável Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e Portugal dos Pequenitos, especial destaque para o Convento São Francisco que abriu portas há menos de 5 anos e tem hoje um conhecimento a rondar os 90%. Salientar ainda o Teatro Académico de Gil Vicente, o Museu Nacional Machado de Castro, o Auditório do Conservatório de Música de Coimbra, a Casa Municipal de Coimbra, o Salão Brazil, entre outros.

O conhecimento de organizações culturais de Coimbra, de forma geral, apresenta grande notariedade, destacando-se O Teatrão, a Orquestra Clássica do Centro, A Escola da Noite, o Jazz ao Centro Clube, o TEUC, a Bonifrates, (...). O trabalho desenvolvido por estas estruturas, a sua experiência e respetivas dinâmicas é reconhecida pela população.

Importa assinalar a capacidade que estas estruturas têm em promover identificação e atrair público. O estudo do conjunto de metodologias que as diferentes companhias adotam serão certamente um bom contributo para uma candidatura robusta, e cada vez mais próxima da população local.

Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do Castelo são as cidades que já manifestaram intenção em ser Capital Europeia da Cultura 2027. Portugal já teve 3 cidades Capitais Europeias da Cultura, em 1994 Lisboa, 2001 o Porto e em 2012 a cidade de Guimarães.

A escolha da cidade vencedora será feita por um júri composto por dez peritos independentes, nomeados por instituições europeias, e para o qual Portugal escolherá dois elementos entre janeiro e junho do próximo ano. Em 2023, será anunciada a vencedora.

O Relatório do Estudo sobre práticas de participação cultural no Município de Coimbra está disponível na página do Município de Coimbra.

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