A Questão Colonial, de Faria de Almeida no Doc Lisboa, o Ciclo Afro-Portugal, em Coimbra são, por estes dias, dois exemplos de programação coincidentes com a estreia de OS CADÁVERES SÃO BONS PARA ESCONDER MINAS, de Jorge Palinhos e encenação de Isabel Craveiro. Na última década estuda-se mais, fala-se mais, cria-se mais, discute-se mais a partir do passado colonial. Este espetáculo discute, 50 anos depois, o tempo único passado/presente que habita a cabeça de ex-combatentes com diagnóstico de stress pós-traumático. Parte dos seus testemunhos. Trata-se de uma coprodução com a Companhia de Teatro de Almada que, agora estreia na Sala Grande da OMT.
OS CADÁVERES SÃO BONS PARA ESCONDER MINAS
20 outubro a 13 novembro | terça, quarta e domingo às 19h; quinta sexta e sábado às 21h30| Sala Grande OMT | Maiores de 16 anos | dur. 1h30
23 Out, 19h –audiodescrição
30 out, 19h e 5 nov, 21h30 – interpretação em Língua Gestual Portuguesa (em colaboração com a Licenciatura em LGP da ESEC)
OS CADÁVERES SÃO BONS PARA ESCONDER MINAS encerra a narrativa que o Teatrão construiu desde 2018 denominada CASA e que enquadrou A Casa Portuguesa, A Casa do Poder e A Casa Fora de Casa, os ciclos de criação dedicados ao Estado Novo, à Europa, à Família e à Guerra. A CASA foi o motor para investigar, discutir e criar artisticamente objetos que discutam o presente e o lastro histórico que carregamos sem discutir e superar.
Com dramaturgia original de Jorge Palinhos, a ficção apoia-se numa pesquisa documental baseada em testemunhos de soldados mobilizados para a Guerra do Ultramar, feita em parceria com o Núcleo de Coimbra da Liga dos Combatentes e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
A temporada do espetáculo inclui a conversa: Guerra Colonial - Tempo Presente, numa Coorganização Teatrão e CROME/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES), dia 29 de outubro, às 18h na OMT. São convidados a refletir e a discutir a temática Miguel Cardina, investigador do CES, coordenador do projeto «CROME – Crossed Memories, Politics of Silence. The Colonial-Liberation Wars in Postcolonial Times» e Luísa Sales, psiquiatra, coordenadora do Observatório do Trauma(CES). A moderação ficará a cargo de Isabel Craveiro, encenadora do espetáculo.