Ficha técnica:
Autor: William Shakespeare
Tradução · Fátima Vieira
Encenação · Alexandre Oliveira
Interpretação · Alexandre Oliveira, Cátia Soares, Eva Freire Tiago, Helder Carvalho, Jaime Castelo Branco, Mariana Banaco e Miguel Figueiredo
Operação de som e luz · João Ferreira
Cenografia e Adereços: Hugo Tocha, Teresa Bento, Alexandre Oliveira e Loucomotiva
Figurinos: Loucomotiva e Colégio de S. Teotónio
Design gráfico, Fotografia e Vídeo· João Ferreira
Construção de Adereços · Teresa Bento
Construção de Cenário · Hugo Tocha e Manuel Plácido
Montagem de luz – Alexandre Oliveira e Diogo Marques
Produção · Loucomotiva
Agradecimentos · Colégio de S. Teotónio, O Teatrão, Carla Alves, Paulo Banaco, Alice Banaco, Avó Lice, Marisol Castelo Branco, António Freire, Cristina Faria, Hugo Tocha, Teresa Bento, Margarida Sousa, Luís Sousa, Francisco Silva, Maria Manuel Sousa, ActuaLab, Beatriz Antunes, Sr. Cardoso, Sandra Tavares, Diogo Figueiredo, Beatriz Antunes.
SINOPSE
Qual é o lugar da ficção nas nossas vidas? Porque é que temos necessidade de ficcionar? Porque é que sonhamos? O que é que o chão fértil do sonho nos pode dar que a realidade nos recusa?
A realidade não é sempre verdadeira, ela também pode ser falsa! Se a olharmos pelo lado errado do telescópio, vemo-la ao contrário.
Próspero, o injustiçado Duque de Milão, surge-nos como um maestro, um arquiteto, um manipulador do comportamento humano, um sonhador que vê na ficção a única forma de tentar resgatar o seu mundo do lodo em que jaz.
Foi expulso de Milão por um irmão que, sedento de poder, se aliou ao Rei de Nápoles e ao irmão deste e o traiu. Como homem que é, de carne e sangue, a vingança fervilha-lhe debaixo da pele, no pensamento, nos arquipélagos mais refundidos da alma. Mas o que poderia Próspero fazer para se vingar sem exércitos ao seu serviço, extirpado dos títulos, do poder e da dignidade? O que poderia ele fazer se, na realidade, já nada valia?
Ele sou eu, ele és tu, ele somos todos nós os que, impotentes face às adversidades que a realidade levanta, se vingam ou refugiam num plano ficcionado, desenhado de acordo com as nossas intenções, que perdoam mesmo sabendo que a redenção, a nossa e a dos outros, é fictícia. Mas é a que construímos para nós e, por isso, mais valiosa.
E quando acordamos desse sonho, “desesperamos por adormecer novamente”.
No espetáculo “O meu corpo não é só uma instância” vários artistas partilham o palco, transformado num espaço comum.