Zona entre a Praia Fluvial do Rebolim e Ponte da Portela está a ser alvo de plano de arborização com espécies autóctones
A Câmara Municipal (CM) de Coimbra iniciou esta semana, a plantação de mais de quatro centenas de novas árvores entre a praia fluvial do Rebolim e a ponte da Portela, na margem direita do rio Mondego. A plantação linear e alternada de freixos, amieiros, salgueiros, sobreiros, entre outras, surge na sequência da intervenção de limpeza de resíduos e de eliminação de espécies infestantes que a autarquia tem levado a cabo para melhorar o meio ambiente e devolver esta margem à população, que pode usufruir da natureza deste espaço em passeios a pé ou de bicicleta e na permanência nesta nova praia fluvial que foi candidatada este ano, pela primeira vez, à Bandeira Azul. Uma operação integrada na estratégia da Câmara de virar a cidade para o Mondego, num investimento global que, nos últimos anos, já ascende previsivelmente a 30M€.
A Câmara de Coimbra continua a sua intervenção de melhoramento da margem direita do Mondego, entre a praia fluvial do Rebolim e a ponte da Portela. Como anunciado pelo presidente da autarquia, Manuel Machado, na sessão da Assembleia Municipal de 26 de março, os serviços municipais já iniciaram a rearborização daquela zona com espécies adequadas, depois da intervenção de limpeza que foi efetuada. Em síntese, a intervenção visa a requalificação ambiental e ecológica, a melhoria do escoamento nas áreas inundáveis em situação de cheia do Mondego e dar a possibilidade aos cidadãos de poderem usufruir do espaço ribeirinho.
O que anteriormente era ocupado por espécies infestantes, canas, silvas, acácias e lixo, pneus, carcaças de automóveis, fibrocimento, cerâmica e animais mortos, vai dar agora lugar a freixos, amieiros e salgueiros, que estão a ser plantados, de forma linear e alternada, com espaçamento de 10 metros entre si e com uma distância de um metro do limite do talude do rio Mondego. Numa segunda linha, está também prevista a plantação de sobreiros, entre outras espécies, tendo essa informação já sido comunicada à Agência Portuguesa do Ambiente e ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, de acordo com a legislação em vigor.
A plantação das mais de quatro centenas de árvores do projeto Floresta Comum vai, assim, beneficiar a praia fluvial do Rebolim e toda a sua zona envolvente até à ponte da Portela. Um espaço que, devido às suas qualidades ambientais e paisagísticas e ao conjunto de intervenções de beneficiação realizadas pela autarquia, tem vindo a ganhar protagonismo junto da população de Coimbra, nomeadamente para atividades de convívio e lazer. A praia fluvial do Rebolim tem sido um sucesso nos últimos dois anos, depois de várias décadas abandonada. Este ano, pela primeira vez, a autarquia já candidatou a água balnear, que se encontra em apreciação pela APA/Administração da Região Hidrográfica do Centro, e também candidatou ao galardão de Bandeira Azul 2021.
Com o conjunto de intervenções de beneficiação, atualmente a zona conta com estacionamento (269 lugares, com 8 lugares para cidadãos portadores de deficiência), sinalética direcional e informativa, sanitários (incluindo para cidadãos portadores de deficiência), parque de merendas e estrutura de apoio à praia e aos nadadores-salvadores. A área dispõe, ainda, de todos os materiais e equipamentos de vigilância e prestação de salvamento, socorro a náufragos e assistência a banhistas. E, não menos importante, a avaliação da qualidade da água está em conformidade para o uso balnear.
Esta operação está integrada na estratégia da Câmara de virar a cidade para o Mondego, num investimento global que, nos últimos anos, já ascende previsivelmente a 30M€. Os investimentos mais significativos estão já em curso, designadamente a requalificação do Parque Manuel Braga e respetivos muros (4,8M€) e a requalificação da margem direita do rio, entre a Ponte de Santa Clara e o Açude-Ponte (10M€). Em fase avançada dos procedimentos estão também a estabilização da margem esquerda do rio Mondego, entre a Ponte de Santa Clara e o Açude-Ponte e a requalificação de ambas as margens na zona do Parque Verde (4,6M€); assim como a execução do novo Parque Municipal de Skate, que irá nascer sob o viaduto da ponte Rainha Santa Isabel, na margem direita (500.000€).
Às anteriormente mencionadas, acrescem as já concluídas obras de desassoreamento do leito do rio (4M€); a construção da nova ponte na Praia Fluvial de Palheiros e Zorro (580.000€); a nova ponte pedonal e ciclável sobre o Mondego, junto ao Açude-Ponte (647.000€); a requalificação da Praça das Cortes (421.000€); a intervenção na Av. João das Regras (361.000 euros); a conclusão do parque de estacionamento do Convento São Francisco (1,5M€); a nova via de ligação da Fernão de Magalhães à Padre Estevão Cabral (517.000€); a ampliação das “docas” (1M€); e a ciclovia de Coimbra, que liga Coimbra B ao Vale das Flores e à Portela, num percurso de quase 20km (2,2M€).
A promoção do uso da bicicleta ou outro meio de mobilidade suave é outra das grandes apostas do atual executivo camarário, que tem a estratégia de criação de uma cidade mais saudável e sustentável. Atualmente, já é possível fazer uma viagem, praticamente ininterrupta e em segurança, desde a estação ferroviária de Coimbra B até ao Vale das Flores e à Portela. Ao todo, são já 20 km de uma rede que está a valorizar a paisagem urbana da cidade, colocando ao usufruto da população local panoramas até aqui desconhecidos. Um investimento da CM Coimbra, superior a 2,2M€, que permite a ligação de polos importantes da cidade, como estabelecimentos de ensino e investigação, de saúde e zonas comerciais. Esta aposta da autarquia pretende potenciar a utilização da bicicleta para lazer, mas também nas deslocações casa-trabalho e casa-escola, em detrimento da utilização do transporte individual motorizado, com a consequente redução de emissões de gases carbónicos, garantindo ainda os níveis elevados de segurança rodoviária.
A autarquia vai avançar também a criação de mais 18 km de ciclovia ao longo do leito periférico direito do Mondego, de forma a ligar as povoações que se localizam ao longo da EN111. A proposta de traçado da nova ciclovia já foi aprovada em reunião do executivo municipal. Esta nova via vai ligar-se aos restantes 20 km de ciclovia já existentes que vão do Açude-Ponte até ao Vale das Flores e à Portela; aos 11km que estão previstos serem executados do Açude-Ponte até ao concelho de Montemor-o-Velho, pela margem esquerda junto à estrada do Campo, onde se irá ligar ao restante percurso ciclável até à costa atlântica na Figueira da Foz; à ligação de 1,3km de ciclovia entre o Açude-Ponte e Bencanta; e, posteriormente, à ciclovia que será criada na estrada de Eiras. Recorde-se, ainda, que a CM Coimbra está a instalar 83 postos de parqueamento de bicicletas na envolvente da rede de ciclovias municipais e pelos principais locais de destino das viagens. O projeto engloba a colocação de cinco oficinas de self-service.