Conversas: fomos conhecer o Núcleo Associativo para os Estudos Europeus em Coimbra
O Núcleo Associativo para os Estudos Europeus em Coimbra (NAPEEC) nasceu há 5 anos da vontade inovadora de um grupo de estudantes de várias licenciaturas da Universidade de Coimbra em promover a União Europeia, o Projeto Europeu bem como os Estudos Europeus. Em conjunto com o NESTEU (Estudos Europeus em Lisboa), foi ainda fundada a Federação Nacional dos Estudos Europeus (FNEE).
O CoimbraExplore esteve à conversa com a sua presidente, Tamyres Martins que deixou o Norte do Brasil e rumou à Universidade de Coimbra, em 2016. Depois de uma Licenciatura em Administração Público-Privada “decidi procurar novos desafios e candidatei-me a Estudos Europeus (EE)”.
E é em EE que conheceu o Luís Marques, antigo presidente do Núcleo e atual presidente da FNEE, “o qual foi um excelente mentor e com quem tive a oportunidade de trabalhar, enquanto Vice-presidente, durante o seu mandato”. No Núcleo, vai crescendo e aprendendo a desenvolver algumas atividades. Ela que também esteve na organização da I Academia da Europa e na fundação do FNEE.
A II Edição da Academia da Europa, em 2019, surgiu já no mandato de Tamyres. Em outubro de 2020, abriram-se as portas para a III Edição, altura em que surgiu a nossa conversa.
Mas o que será a Academia Europa?
“Um evento que surgiu há três anos e que teve a cidade da Figueira da Foz como ponto de partida. Nesta que é uma oportunidade de debater, refletir as temáticas da atualidade e onde existe ainda a possibilidade de estar em contacto com especialistas nacionais e internacionais, em Assuntos Europeus bem como Eurodeputados que estão na ‘casa’ da UE, em Bruxelas”.
Depois de uma primeira edição bem-sucedida, seguiu-se a segunda na Lousã e esta última deveria acontecer em Arganil, contudo a conjuntura atual não o permitiu.
Mas isso não foi impedimento. Estes novos tempos, para além de complicados, são também de oportunidades. “Desde o primeiro momento que reunimos com o nosso parceiro na organização da Academia, a Europe Direct Região de Coimbra, na pessoa da Susana Ferreira, analisámos a estrutura da III Edição e nunca vimos o formato online como uma desvantagem”.
O online surgiu como uma chance de levar a Academia Europa a mais jovens, não só em Portugal, como também um pouco por este Velhinho Continente fora.
Uma iniciativa que foi muito elogiada, sobretudo pela rápida adaptação. Elogios que se fizeram sentir de todas as partes. Para além de alunos e alunas dos diversos cursos e universidades em Portugal, na Europa e na América do Sul, também das coordenadoras do curso de Estudos Europeus da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), a da Dr. Isabel Camisão e a Professora Dina Sebastião, ainda do Vice-Reitor da UC, o Professor Doutor João Nuno Calvão. Como dos Eurodeputados que estiveram presentes e até da própria Comissária Europeia da Coesão e Reformas, V. Exa Elisa Ferreira “que nos respondeu revelando o apreço que tem pela iniciativa da Academia Europa”.
“São elogios com os quais nos sentimos muito honrados (tanto o NAPEEC, como a Europe Direct região de Coimbra). A glória é de todos tanto da organização como dos participantes e oradores que estiveram connosco estas três semanas”, concluiu.
Atualmente, o NAPEEC é uma das únicas associações juvenis da Região Centro de Portugal, onde para além do projeto europeu “promovemos a cidadania europeia e a União Europeia através dos seus valores e ideais como a Democracia e a Liberdade que estão intrínsecos à própria ideia de Europa”.
Desde a sua criação, houve uma preocupação em aproximar a União Europeia e os seus cidadãos, através de diversas iniciativas.
Apesar de ‘bebés’, têm sido 5 anos bastante produtivos e ativos. “Temos vindo a desenvolver atividades onde relacionamos a importância da participação dos estudantes, do público jovem, bem como da sociedade civil nos Assuntos Europeus”. Com especial atenção “na importância da União Europeia como um todo desde a sua conceção, das políticas públicas, dos valores e das diversas culturas que coexistem num só projeto, mas também nas problemáticas atuais da Europa e do Mundo”.
Um trabalho diário em prol do Núcleo e do seu crescimento, como tal “candidatamo-nos ao Portugal2020 e acabaríamos por ganhar o financiamento, que nos permitiu criar um departamento de empreendedorismo, no qual desenvolvemos o NAPEEC Hub Coimbra”.
E o que será o NAPEEC Hub Coimbra?
Nada mais nada menos que uma “iniciativa de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES), apoiada no âmbito do Portugal Inovação Social e que é um projeto que pressupõe a implementação de uma incubadora social, capaz de promover iniciativas empreendedoras que promovam a inclusão e a inovação junto dos estudantes da Universidade de Coimbra”.
O Núcleo tem objetivos e ambições muito bem definidos: os jovens. “É fundamental que tenham o conhecimento, que levará à participação para assim debater os desafios que a Europa enfrenta atualmente num mundo tão globalizado como o nosso”. E com base nisso que têm realizado eventos e projetos na área dos Estudos Europeus, como por exemplo os ‘Espectros políticos nacionais’ onde se “fala sobre o Sistema político nacional, como funciona, os partidos presentes no parlamento nacional e ascensão dos novos partidos, relações da política nacional com o projeto Europeu”. Bem como as conferências sobre as problemáticas europeias e mundiais. E há ainda a destacar o I Encontro Nacional dos Estudos Europeus (2017), a Simulação do Parlamento Europeu na Escola Infanta Dona Maria e, como não podia deixar de ser, a Academia Europa.
No futuro, “pretendemos trabalhar e reforçar os vínculos com os nossos parceiros e com novos, para a realização das atividades entre outros eventos, seja com outros núcleos do Porto a Évora, que sempre nos ajudam” e “parceiros institucionais como a CIM/Europe Direct Região de Coimbra com os quais realizamos a Academia Europa, o Instituto Universitário Justiça e Paz, a Coordenação de Estudos Europeus da FLUC e, é claro da Federação Nacional de Estudos Europeus, entre outros”.
No que diz respeito a novas atividades, encontram-se a formular o plano para o ano 2021, “o que é bastante desafiante, sobretudo porque muitas das atividades exigem um contacto mais presencial”.
Mas têm alguns projetos em ‘andamento’ como o do Podcast no Spotify ‘Janela Europeia’ “que é um grande passo para a ligação dos jovens e da sociedade às questões atuais”. No próximo semestre, para além de conferências “teremos a realização do Encontro Nacional para os Estudos Europeus da FNEE, o lançamento de um blog a partir do site”.
Ainda sem querer falar muito, Tamyres revelou que uma surpresa está para chegar “uma atividade para a qual fomos convocados a participar em conjunto com a coordenação de Estudos Europeus da FLUC”, algo um pouco reticente e em negociações devida à conjuntura que se vive.
Ficaram curiosos? Nós ficámos. Caso estejam interessados, o Núcleo está aberto a todos. Podem fazer-se sócios “basta preencher a ficha de sócio do núcleo ou fazer diretamente pelo nosso site, também nos podem contactar nas redes sociais (pois atualmente estamos impossibilitados de ter reuniões no nosso espaço presencial que é na SALA B 2 piso do Instituto universitário justiça e paz) e estamos disponíveis para receber os estudantes que quiserem fazer parte do núcleo serão certamente sempre bem-vindos/bem-vindas”. A quota é anual e é de 10,00€ para manutenção das atividades e entre outras coisas.
O Núcleo, continuará a trabalhar para levar a Europa a todos. Para a sua presidente “é um orgulho fazer parte desta equipa que muito tem contribuído para os Estudos Europeus em Coimbra como para a comunidade estudantil. É um lugar aberto e inclusivo onde nos envolvemos para desenvolver várias atividades, através do diálogo, da troca de ideias, do respeito mútuo da igualdade entre todos os membros. E só assim podemos caminhar e alcançar mais e mais, sobretudo nestes tempos desafiadores”.
A nível pessoal, sente-se realizada pois longe dos seus “Portugal passou a ser a minha casa e ser mulher, líder de um Núcleo, como o NAPEE onde é possível fazer a diferença junto dos estudantes onde a Europa e o seu projeto são promovidos, significa muito para mim”, remata.
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Texto: Sara Salgueira
Fomos falar com Carlos Tomás, um artesão que reclama para si o título de último pintor de louça “ratinha”, para muitos a verdadeira louça de Coimbra.